Estereótipos e preconceitos
Com dedicatória
Se defendes os direitos dos gays é porque o és. Se defendes Israel és um semita adorador de dinheiro. Se defendes o uso da burqa, estás alinhado com o extremismo muçulmano. Se és careca, deves ter uma doença. Se tens um carro bom, és novo-rico. Se te deslocas de transportes públicos és pobre.
Tens de ser equilibrado, ter amigos e fazê-los sentir bem. Não podes chocar, não podes mandar ninguém dar uma volta. Tens de ser tão moralista quanto eles. Tens de comer e calar. Tens de ouvir de todos e aceitar tudo o que te dizem. Mesmo quando não interessa o que dizem.
Ou então não. Tens a possibilidade de escolher entre acatar todas as tretas que te deitam abaixo. Ou então podes pura e simplesmente, gritar ‘’já chega’’. E aí sim, sais reforçado, crias defesas perante o estado de pasmaceira invejosa e mesquinha que habita por aí à espera de uma fraqueza tua.
Mas não te iludas: isso vai custar. Vais perder popularidade, pois. Vais criar animosidades. Vais até, descobrir inimigos, coisa que nunca tiveste.
Mas e então? Se o teu problema é a solidão, isso te garanto, hás-de ter sempre alguém. E esse ou essa alguém, vai estar ao teu lado quando quiseres mandar este ou aquele à merda. Esse ou essa vai estar a teu lado quando a solidão chegar. Vai-te levar a sair, vai falar contigo, não te vai deixar estar triste.
Até digo, não precisas de ser o mais bem-amado porque no dia em que tiveres de ir à guerra, considera-te sortudo ter um punhado de pessoas ao teu lado. Os outros, esses dos quais buscas aceitação, esses ficam de longe a ver-nos cair.