Crónica mundana: apresentação do blogue Polaroid.
Hoje não vou escrever sobre politica. Vou escrever sobre a apresentação do Polaroid – exactamente, este blogue – ontem à noite, no Frágil. A festa correu muito bem e por lá circularam pessoas muito interessantes. Não cito nomes porque a lista seria extensa. Da esquerda, do centro e da direita, republicanos e monárquicos, crentes e ateus, gente da «situação» que há poucos meses era da oposição e gente da oposição que há poucos meses era da «situação». Ainda bem que, hoje, tenho assunto para escrever sem falar de política, porque me confunde muito esta troca de papéis e de máscaras. Este jogo de sombras chinesas, de bonecos animados. Angustia-me, mesmo. Fico com a estranha sensação que o regime está esgotado, em decadência acelerada, mas sem alternativa à vista. Ver pessoas dizer que é bom o que ontem diziam que era mau provoca-me dores de estômago, como se tivesse uma úlcera. Foi lá, na festa, era quase meia-noite, que soube da prisão do autarca e ex-ministro do PSD, Isaltino Morais. A notícia circulava entre copos, música e sorrisos. Naquele momento, não sei porquê, pensei no BPN. Mas afastei de imediato esse pensamento. Não há relação nenhuma de um caso com o outro a não ser tratar-se de ex-membros de governos do PSD. Mas passemos à frente: apresentar o blogue Polaroid no Frágil foi uma excelente iniciativa. Pelo convívio, pela diversidade. Sem azedumes, cada um com a sua opinião. A Ana Santiago fez as honras da casa, enquanto o Nuno Miguel Guedes e o Zé Diogo Quintela davam fogo à música. E, além disso, deu-me a oportunidade de escrever este pequeno texto sem falar de política. A noite estendeu-se pela madrugada, sinal de que a blogosfera está viva.