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Polaroid

Polaroid

31
Dez11

Olá 2012, try your best

José Maria Barcia

Olá mundo. Como estás?

 

Faltam poucas horas para seres um ano mais velho. Como te sentes em relação a isso? A idade já te pesa?

 

Bem, mundo, queria falar contigo antes de entrarmos em mais um ano. Este 2011 já passou e cada vez parece mais complicado, não é? Parece que as coisas demoram mais a passar e não há luz ao fundo do túnel. Há a crise, as desgraças e as doenças. Mas nós continuamos aqui, não é? Prontos para mais um 2012. E dizem que este é o último ano. Ora, que seja? Já viste o que aguentámos? Tantas maçadas, tanta dor, tantas coisas que parecem não ter solução.

 

Mas verdade seja dita, meu caro mundo, ainda cá estamos. Prontos para mais coisas impossíveis. Prontos para mais um ano. E é como te digo, já passámos tantas coisas que já só vale a pena dizer qualquer coisa como ''que se lixe, para a frente é que é caminho''.

 

Vou estar a fazer a contagem decrescente como tu, mundo, e vou dizer isso. Vou dizer a 2012 para tentar o seu pior, porque quando der as boas vindas a 2013, vou dizer o mesmo.

 

E quando o fogo de artificio estiver bem no alto do céu, nesse momento, vou olhar para quem está à minha volta e vou pensar que aguentámos mais um ano.

 

E concluíndo, que o ano está quase a acabar:

 

Um brinde aos vivos que ainda cá estão.

Um brinde aos mortos que já foram e deixaram saudades.

E aos outros, os outros que se lixem.

 

 

Feliz 2012, mundo.

20
Dez11

Conta-me a tua história

José Maria Barcia

Olá. Porque as conversas começam com um olá.

Conta-me a tua história. Quero saber tudo de ti.

O que queres ser? Quem quiseste ser?

 

Porque sorris? Porque tens esse ar triste?

Como te posso ajudar?

 

Eu não te conheço. Só te vi a passar por mim na rua mas a maneira como olhavas em frente tocou-me. Tive pena de ti. Compaixão. Quero que tenhas um bom natal. Não quero que te aconteça nada de mal. Nunca. E só te vi a passar por mim. Quem és tu?

 

A compaixão que um pode sentir por outro prende-se na curiosidade da história. Porque todos têm uma história. Boas e más.

19
Dez11

a segunda costela de Adão

Ana Santiago

“Ó pá Ana, não faças isso!”. O N. sentiu-se incomodado com o meu ajeitar do decote enquanto subíamos a rua a tagarelar sobre a vida, o amor e as dívidas. “Hã? Mas para mim és como um irmão!”. Errado. O N. é meu amigo. “Não sou gaja!”, esclareceu. Andava tão feliz por finalmente ter uma mão cheia de amigos do sexo masculino que não dei pela diferença. Sempre fui rapariga de amizade no feminino. Daquela que dura desde o infantário, ou desde ontem, até hoje. Raramente ficou uma para trás; vou acumulando amigas de várias sedes de conhecimento, que depois faço questão de reunir, imaginando que acabaremos um dia todas juntas no lar. Sou da amizade feminina selvagem e tribal, daquela que dá conta de todas as coceiras emocionais e hormonais que nos sobem dos pés à cabeça, das dores de sangue mensais, das dúvidas entre nuances e banho de cor, entre sair de saia justa ou de calças largas, entre a maternidade e a modernidade. Mas ando tão feliz com os meus amigos homens que às vezes até penso que podemos ir à casa de banho juntos.

Durante anos o amigo homem estava encerrado numa espécie de ‘diálogo entre os dois sexos com cordialidade e intimidade q.b.’ Afecto também, que sempre fui dada a abraços, mas com muita reserva mental, porque conscientemente considerava que ele nunca iria compreender-me e acolher as minhas angústias e alegrias com a mesma empatia e pachorra sincera das minhas amigas. Desde há poucos anos, contudo, creio que foi quando comecei também a gostar de vinho (?!), não sei o que me deu, tornei-me bi. Bi-amiga, bi-amorosa, bi-fraternal, não sei que nome dê a isto. Percebi que sou amiga da pessoa e não interessa o género. Faz o meu género quem me sente, quem sofre e ri comigo.

O amigo homem de que falo não é colorido, benefícios só talvez o meu esparguete com mexilhão picante. Não é namorado disfarçado de amigo, dá muito menos trabalho que isso. Também já deu para perceber que os meus amigos não são irmãozinhos inocentes que não olham para o decote. Não são eunucos ou distraídos. Aliás, são quase todos ‘womanizers’. E cheios de dúvidas e receios. A vida não está fácil para os homens. Há dias um outro N. dizia-me: “Tu ainda não percebeste que estás numa posição privilegiada?”. Eu acreditei. Só um homem, amigo, para nos dizer isso com legitimidade.

Deus fez o mundo em seis dias e não é verdade que descansou ao sétimo; tirou o dia para criar o amigo homem à sua imagem e semelhança. Deus, e acho que ainda não Lhe agradeci convenientemente, fala comigo através dos meus amigos e pensa comigo através das minhas amigas.

Eles dizem-me a que horas anda a minha biologia e o meu coração. Elas têm a mesma configuração hormonal e os mesmos problemas coronários. Eles aconselham-me a tomar medidas contra a minha natureza de nariz no ar, afastam-me dos perigos, apontam-me a felicidade e colocam-me no topo de mim. Elas fazem isso tudo comigo, mas juntas, de forma siamesa; compreendem-me, quase sempre, bem demais, somos iguais. Não fomos separadas à nascença, enquanto os homens são tão diferentes que existem, connosco, à distância. A mesma distância que não nos permite ir ao wc juntos, mas nos aproxima da realidade a 3D.

 

Ontem, depois de uma noite no masculino, com uma feminina lá no meio (eu), percebi que o melhor amigo não é o que nos compreende, mas o que ajuda a compreendermo-nos a nós próprios. E o amigo homem, tirado de uma (outra) costela de Adão, faz isso muito bem. E não precisa de ser um anjinho.

 

17
Dez11

Por ti, Ana.

João Gomes de Almeida

Estou farto de namorados que fingem ser amigos. Durante as última décadas, interiorizamos o amor discutível, passível de ser erradicado de todos os corações por jogos de somas repetitivas de chavões. Assumimos que o mundo estava correcto ao dizer-nos: tem calma, pensa bem antes de amar. Traímos a poesia, a arte, os beijos e em última instância Deus.

 

Tornamo-nos cordeiros de um sistema educacional que nos ensina a perspectivar a vida do amanhã isolada e individualista - somos nós contra o resto do mundo egoísta, em que o amor é passível de ser calculado, perspectivado e raciocinado. Hoje somos máquinas numa espécie de pré-fabricados decorados a cor-de-rosa, embalados ao som de pirosadas do Elton John. Em que se ama na perspectiva do IRS e do termos que comer amanhã.

 

O que é feito do amor louco? O que é feito de Petrarca? Porque razão mataram o Antero e o Esteves Cardoso? O que deu ao mundo para pensar que seria melhor assim?

 

Amar não é um gesto de misericórdia, pelo contrário, é um acto de rebelião. É um claro: não aceitamos! Amar é ser mais alto do que quem acha que é cómodo embrutecermos alegremente nos seios desta crise de sentimentos.

 

Foi neste cenário que te encontrei. Mesmo no centro desta guerra, prestes a perecer perante a ordem instituída do certinho convencional. Foi neste cenário que do fundo de uma força infindável ressuscitei o verbo amar. Foi aqui mesmo, neste quarto, de onde te escrevo, que pensei: o mundo, o nosso mundo, ainda é aquilo que fizermos dele.

 

Daí nasceu a força deste amor feito Petrarca. Capaz de mover montanhas em torno de um sonho. Por ti, Ana.

15
Dez11

Fé na Humanidade

José Maria Barcia

Há qualquer coisa que hoje em dia impede o individuo de ser bom. Não sei o que é. Sei que qualquer pessoa tem a capacidade de se emocionar com qualquer coisa. De fazer força para não chorar ou mostrar sinal de tristeza.

 

Às vezes esperamos por ler um texto que nos faça olhar para as coisas de outro maneira. Ver as pessoas que olhamos todos os dias e por magia, hoje são diferentes. Todos queremos ser bons.

Às vezes esperamos por uma música que nos sensibilize. E desejamos que essa música não pare porque queremos ser sensíveis aos outros. Porque na rua está frio, porque a minha família gosta de mim, porque tenho amigos, porque as minhas tristezas são só minhas e passado uns tempos já melhoraram. Porque às vezes, olhar pela janela não é só virar a cabeça em direcção à rua. Porque às vezes é muito mais que isso. É imaginar quem não vai passar o natal com quem mais ama. É imaginar que não pode dar tudo o que queria dar a quem mais merece. Olhar pela janela é perigoso. Faz-nos sentir. Sentir um aperto no meio do peito. Uma certa angústia.

 

Digo isto porque acho que falta qualquer coisa. Um empurrão, muitas vezes basta isso. Um texto, uma música, uma acção ou apenas uma lembrança.

 

Gostava de ajudar o mundo. É este o meu desejo mais infantil. Infantil por ser aquele que vem comigo desde cedo. E todos os dias vemos grandes exemplos de Humanidade.

 

O miúdo com morte anunciada que conforta os pais no quarto de hospital, a senhora que ajude um sem-abrigo a levantar-se, o cristão que protege o muçulmano enquanto este reza, os voluntários que dão a volta ao mundo com o objectivo de serem boas pessoas, o mendigo que partilha a sua esmola com outro.

 

Ainda não perdi a fé na humanidade. Já estive próximo mas tive sempre sorte de ler, ouvir ou ver qualquer coisa que me disse que mostrou que afinal podemos sorrir ao fim do dia.

 

Olhem pela janela, meus caros. Mas desta vez leiam qualquer coisa que vos emocione. Ponham uma música bonita ou lembrem-se de alguém que foi bom. E então olhem pela janela. Prometo que desta vez vai ser diferente.

 

 

14
Dez11

A Bica

João Gomes de Almeida

Sair na Bica é igual a sair em qualquer sítio de Lisboa. Essencialmente, existem pessoas bonitas e gente feia, que se desdobra em tipos simpáticos e coisas tímidas com pernas. Sair na Bica é ir para bares, o que a faz um sítio igual aos outros sítios de Lisboa onde também existem bares.

 

No entanto, existem diferenças. Na Bica essencialmente descemos, no Bairro basicamente subimos e no Cais do Sodré actualmente flutuamos entre uma multidão eufórica com a existência de um sítio onde há pessoas com carta de condução.

 

Mas as diferenças não se ficam por aqui. Todos os outros sítios são noite, a Bica é o anoitecer. Uma ida à Bica não pressupõe noitada, mas apenas um adormecer mais entorpecido. Não é um local para enfrascarmos dez cervejas, mas apenas para saborearmos um mojito depois de jantar. No entanto, as 22h30 da Bica são as 02h30 do Bairro - trata-se de um fuso horário de quatro horas, separado apenas por uma rua.

 

Ao descermos a Bica, criamos uma barreira mental que nos separa de Lisboa, qui ça do mundo. Em todos os outros sítios queremos voltar para a casa por ser tarde, na Bica voltamos para casa para aproveitarmos o facto de ser cedo e de na Bica, devido ao fuso horário, já ser tarde.

 

Se pensarmos bem, a Bica é a terra do nunca do Peter Pan. Onde os amigos se unem em torno de uma bebida, falando das coisas inúteis que nos permitem estar vivos. É o sítio da diversão que não é divertida, onde os grupos se juntam na cumplicidade de estarem distantes do resto do mundo, unidos em torno de uma causa maior que é amanhã estarem todos vivos.

 

Na Bica, os meus beijos são iguais e têm paixão, as amizades são as mesmas e remetem para o amor - mas todos somos seres pardos e indistintos na beleza de nos sentirmos alegremente sós. Os conhecidos fazem-se no Bairro, os contactos no Cais do Sodré, as amizades e o amor na Bica.

 

Mas vocês partiram, foram para longe e eu fiquei com o amor. Mas sabemos que a Bica continua a existir e que nós provavelmente também. É aí que nasce a saudade de nos termos próximos, isolados e felizes dentro do possível.

 

Sentir algo é superior ao sítio onde o fazemos. Mas conta muito, por isso gosto da Bica.

08
Dez11

Lisboa no Cais do Sodré.

João Gomes de Almeida

Hoje tive uma noite irracional, daquelas em que parece que não há crise - o lado racional está meio arrependido, confesso.

 

Posso dizer que já não saía há algum tempo em Lisboa, no máximo era rapaz para pegar na miúda e ir beber uns copos a um bar. Mas reconheço que esta Lisboa me parece outra Lisboa. A crise, incompreensivelmente, parece ter arrumado melhor a noite da cidade, tudo está mais calmo, na medida do possível, e no geral melhor.

 

Jantámos no Snob, onde agora há um agradável menu de bom gosto a 12 euros, em que o meio-bife (que chega bem para qualquer matulão do meu tamanho) acompanha com um copo de tinto (a miúda bem tentou pedir branco), mais pão e café (de saco unicamente, como é tradição). Depois descemos o Príncipe Real até ao Bairro Alto (infelizmente cada vez mais degradado e degradante) para um copo e lançamento do "Meu Pipi", feito pelo Miguel Guilherme, no Frágil.

 

Já que falo do Frágil, convém dizer que é dos únicos sítios da noite de Lisboa onde me sinto bem (mandem lá a piadola). Ambiente relaxado, sem gente a mais para o espaço, onde se pode sentar e falar, mas também dançar e beber, encontrar pessoas e discutir coisas. No geral a música é boa e por vezes convida até a discussões, onde me sinto quase sempre excluído por manifesta iliteracia musical.

 

Há meia-noite virei a cadeira e dei um beijo, um abraço e outro beijo, a data merecia e daí o irracional da noite. É bom estarmos felizes juntos de quem gostamos e nos sítios dos quais gostamos. O Carlos Tê escreveu que "não se ama alguém que não ouve a mesma canção", eu aconselharia antes a não nos apaixonarmos por quem frequenta os sítios dos quais não gostamos.

 

A vida é feita de desencontros mas acredito que ainda mais de encontros. O grupo do costume, juntamente com as pessoas que não são do costume, nem do grupo, mas que pareciam ser do grupo e do costume  (que a esta hora da noite acredito que até já sejam), voltou a descer o Bairro. Fomos ao aniversário do Music Box que esse sim não dá margem para questionarmos o nível de selecção musical (obra e graça do Alex Cortez). Tenho a dizer que foi bom, muito bom, como sempre.

 

Nesta última descida nasci para aquilo que é o novo Cais do Sodré. Há muito pouco tempo um sítio mal frequentado e de fama duvidosa, hoje o sítio mais em voga da movida lisboeta. As pessoas desfilavam naquela enorme passadeira cor-de-rosa e eu abraçava a miúda, alegre (penso eu) na comemoração de tão importante data. Por momentos, vários, diga-se, senti-me fora de Lisboa e pensei estar por entre as Ramblas - sempre que despertava do sonho sorria para dentro e orgulhava-me por viver em Lisboa, nesta nova cidade do Cais do Sodré.

 

A paixão é coisa trôpega, que nos prende os movimento cerebrais. Talvez por isso e pela data em questão, esta noite em Lisboa tenha parecido tão especial, tão amiga e romântica. Mas amarmos é isto mesmo, é sermos felizes ao redescobrirmos as ruas já mil vezes pisadas pelos nossos mesmos dois pés, que agora nos trocam as contas por se tornarem quatro.

 

 

Também publicado no Forte Apache

06
Dez11

Desta vez é a sério, Universidade Católica Portuguesa

José Maria Barcia

Ora, veja-se este caso:

 

Uma jovem trabalha desde os 15 anos para ajudar a família.

Uma jovem, por trabalhar desde os 15 anos, não teve a melhor média no liceu.

Esta mesma jovem, que trabalhou desde os 15 anos, já não pode trabalhar mais porque trabalhou para o Inditex Group - Zara, Pull&Bear, Bershka e demais lojas deste género - e por ter trabalhado tanto tempo se trabalhar mais é passada a efectiva. O contrato dela não foi renovado.

Esta jovem tem irmãs. Esta jovem vive fora de casa da mãe para poder estudar em Lisboa, mais concretamente na Universidade Católica.

Relembro que esta jovem trabalhou desde os 15 anos e agora não consegue encontrar emprego que lhe pague o ordenado mínimo (!) para poder sustentar a universidade.

No entanto, a UCP tem serviço social para impedir os casos tal e qual este, isto é, para evitar que alunos desistam do ensino superior por manifesta incapacidade.

A UCP rejeitou o pedido de ajuda, afirmando que como a jovem vive em Lisboa com a tia, então a tia poderia ajudar a pagar a faculdade. E ainda perguntou se o padrinho não podia ajudar. A jovem trabalha desde os 15 anos para ter o seu dinheiro.

 

Não contando com o problema dos contratos que só lhe se pode chamar de uma filha-da-putice monumental, esperava mais da minha Universidade. Mais solidariedade, mais compaixão, mais acção do que pregam. Espero que isto se resolva rapidamente porque muito sinceramente não quero ver a minha colega desistir da faculdade por causa disto.

 

Este é o meu contributo para ajudar a minha colega. E prometo uma tempestade no dia em que ela não puder estudar mais por causa disto.

 

P.S. A UCP tem lucros todos os anos. Tirando Teologia e Engenharia (salvo erro) todos os outros cursos dão lucro.

P.P.S As propinas aumentam todos os anos. Eu não me importo de pagar uma taxa adicional para quem realmente precisa.

 

 

Originalmente publicado nos Alunos

 

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Obrigadinho!

 

O Polaroid podia ter ganho o prémio de Blog Revelação do ano 2011 da TVI24, mas infelizmente vocês são uns leitores do caraças e não votaram em nós! Mesmo assim, vamos continuar a escrever, sendo que quem levou a taça foi o @ChicodeOeiras e a sua malta esquerdista! Já percebemos que vocês preferem o Mao ao amor e o Enver Hoxha aos nossos textos bonitos! . Agradecemos a vossa ajuda! Obrigadinho malta!


PS - O Zé Maria obrigou-nos a colocar no final disto: "mas continuamos a gostar de vocês".

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