A aventura do casamento.
Em matéria de casamentos, o povo português é realmente o melhor do mundo. Todos temos uma opinião a dar e todos temos igualmente um episódio a contar. Para o comprovar, convido o estimado leitor a fazer uma pesquisa no Google Portugal (restringindo a mesma apenas a sites do nosso país) sobre a palavra "casamento" - rapidamente ficará surpreendido ao reparar que existem dez milhões e duzentos mil sites a falar sobre o assunto. Ou seja, existem tantos portugueses em Portugal, como portugueses a falarem do casamento na internet. Por outro lado, se fizermos a mesma pesquisa com a palavra "divórcio", apressadamente percebemos que só há um milhão trezentos e oitenta mil sites a referirem o mesmo. Pouco mais há a dizer, somos românticos, piegas, pirosos e antiquados o quanto baste, e ainda bem.
A verdade é que os hábitos mudaram e a juventude é o seu reflexo. O mundo é mais liberal e os casais ainda mais, namora-se muito, saímos tarde de casa dos nossos pais e nunca pensamos em casar. Aí é que o leitor se engana. Nós portugueses, jovens portugueses, continuamos a casar - mesmo em situação de crise, com empregos precários, vidas remediadas e futuros incertos. A bem da verdade, também existem mais divórcios, mas de que interessam? Recordo, dez milhões e duzentos mil de nós escrevemos na internet sobre casamento e apenas um milhão e tal é que escreve sobre o divórcio. Os românticos venceram, ponto final.
Mas já agora. O estimado leitor já pensou no porquê disto ser assim? É verdade, outra vez o estúpido do amor. Certo dia, vamos a um encontro de trabalho beber uns copos com profissionais da nossa área, metemos conversa com uma formosa rapariga e pedimos que nos segure o copo enquanto acendemos o cigarro. Aí o mundo como que se altera, as prioridades invertem-se e tempos depois estamos a pesquisar no Google sobre "casamento".
Agora, quando acabar este texto, já serão dez milhões duzentos mil e um sites a falar sobre o casamento em Portugal. Pois é, aqui estou eu, romântico, piegas, piroso e antiquado, mas apaixonado o quanto baste. Não se preocupe caro leitor, não tarda e entrará também para esta lista - tenha cuidado a quem pede para segurar o seu copo enquanto acende o cigarro.